terça-feira, 5 de julho de 2011

ÉTICA DE TOMÁS DE AQUINO

O SISTEMA ÉTICO DE TOMÁS DE AQUINO
            Como vem observar o sistema ético de Tomás de Aquino, este estruturou em torno do conceito de virtude, como sendo um caminho que está direcionado ao rumo da auto realização que embora esteja implicada com a felicidade que por fim, trata do conceito da lei natural de Deus, igualmente a Abelardo, Tomás, deu grane importância ao papel da intensão no sistema ético. Tomás deu mais ênfase ao conceito de intensão dentro de uma perspectiva muito mais rica da natureza humana na qual se vale da avaliação dada por Aristóteles na ética Nicômaco, bem como aprimorou.
            Aristóteles no processo de contribuição de sua estrutura ética utilizou-se de dois conceitos chaves: voluntariedade e proposito. Porém afirma que algo é voluntário se é original do agente livre de compulsão ou do erro, e já o proposito é escolhido como parte de um plano global de vida. Para Aristóteles esse primeiro conceito, ou seja, voluntariedade era demasiadamente amplo enquanto o de proposito é demasiadamente estrito para demarcarem a maioria das escolhas morais da vida cotidiana. Já Tomás aprisionam os conceitos de Aristóteles e introduzia o conceito de intenção para fazer o equilíbrio entre ambos conceitos. Ele explica que o conceito de intenção está relacionado entre três tipos de ações: fim em si mesmo, meio para fins e ações inevitavelmente decorrentes das outras duas. Pois a intenção não é tão ampla como a voluntariedade se torna mais ampla que tem o proposito de formar o equilíbrio .
            Este doutor medieval dividiu as ações humana entre três categorias na quais alguns dos tipos de ações humanas são boas, outras são maus e outras ainda são indiferente. Mas o que se foi analisado é que uma má intenção pode arruinar um bom ato como, por exemplo, dar esmola por ostensão. Tomás contraria Aberlado quando entende que uma boa intenção não pode ser plenamente genuína salvo se for posta em execução quando se tiver oportunidade. Pois afirma que o ato de matar por autodefesa pode ser analisado entre dois efeitos: a preservação da própria vida e a morte do seu agressor. Já nesse caso o uso da violência é permitido, pois está relacionado em sua defesa e permite que o mesmo resulte na morte do agressor. Em outra vertente jamais e legal um cidadão resultar na morte de seu agressor. Tomás acredita igual a Agostinho quando o ser humano encontra sua realização no entendimento e na contemplação de Deus, contudo, a felicidade humana não está relacionada aos prazeres mundano. Afirma que a felicidade humana está vinculada as atividades sobre-humanas, ou seja, no divino, e para atingir precisa da assistência sobrenatural da graça divina. Já que a felicidade é tida como uma meta sobre natural os seres humanos precisam além das virtudes morais como a coragem e temperança e além das virtudes intelectuais como o entendimento e a sabedoria das virtudes teológicas da fé. Como vem observar Tomás, tenta e consegue transformar a ética aristotélica com embasamento bíblico e teológico cristã.
TOMÁS DE AQUINO COMO MORALISTA
            Tomás pensa como Agostinho, no sentido ético quando diz que a matar pessoas nem sempre é errado, mas estabelece princípios para julgar essa questão. Em torno de uma guerra, ele afirma que “tem que haver uma coisa justa para tal, ou seja, o inimigo tem que ser culpado e finalmente a intenção dos que fazem a guerra tem que ser boa, isto é, eles têm que tencionar ou promover o bem ou evitar o mal.
            Nessa concepção moralista Tomás é muito influenciado pela concepção biológica aristotélica. Nessa visão ele (Tomas) acredita que “as fêmeas se limita a prover pelos machos”. Podemos perceber que o mesmo faz a submissão da mulher ao homem é uma visão de natureza bíblica que utilizou para justificar subordinação da mulher na sociedade cristã. 
            Mesmo sendo uns dos doutores da Igreja Católica, tendo escrito num período medieval, podemos perceber que sua discursão não se encontra desatualizada, pois o mesmo já se preocupava com o aborto em um sentido de gravidez, porém ele reprova a masturbação, constitui um crime pelo fato de ser a destruição do princípio ativo da vida humana, ou seja, como se fosse à potência de um beber humano. Por esses motivos ele reprova tanto o aborto como a masturbação, pois é um estágio anterior à infusão da alma humana no feto, então o aborto é errado pela mesma razão que é a masturbação. Contudo, o pensamento desse doutor sobre a questão do aborto veio a influenciar as modernas opiniões que coloca o aborto no mesmo plano da mora, ou seja, é observado como sendo antiético, antimoral, etc. 
            Como vem observar Tomás introduz uma visão quase negativa do lucro, esse só se torna positivo quando se faz um bom uso do lucro obtido. Ele oferece varias regras para se ter uma vida moral, no que se diz obter propriedade e de ganhar dinheiro. A primeira regra: confirma que “é pecado acumular riqueza mais do que necessário para se sustentar”. A segunda regra diz: “que se algum tem dinheiro de sobra tem o dever (como uma questão de justiça natural e não como benevolência) de dar esmola aos necessitados”. E já a terceira regra diz: “se deixar de avaliar as necessidades dos pobres estes podem em caso de necessidade premente legitimamente tomar tua propriedade sem tua permissão em caso de necessidade todas as coisas são comuns”. O que advertido nesse processo moral de Tomás e que ele se baseia em princípios do antigo testamento e nos gregos especialmente em Aristóteles.
KENNY, Anthony. ética. Filosofia Medieval: uma nova historia da filosofia medieval, São Paulo: Loyola, 2009 pp. 297-301.

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